sexta-feira, 6 de julho de 2012

Católicos deixarão de ser maioria no Brasil em 2030, prevê especialista

Para 2040, a expectativa é de que católicos e evangélicos estejam empatados
Cecília Ritto, de
Mãos de padre
Padre rezando: especialista estima que católicos deixarão de ser maioria no Brasil em 2030
Rio de Janeiro - Os últimos 20 anos representam para o quadro das religiões no Brasil o período de maior transformação. Desde 1872, ano do primeiro levantamento considerado na série histórica, os católicos representavam quase a totalidade da população, com mais de 90% de seguidores. Dados do IBGE mostram que, a partir de 1970, o catolicismo começou a não acompanhar o ritmo de crescimento da população, ao mesmo tempo em que correntes evangélicas se expandiam à medida que cresciam periferias e formavam-se novos municípios. A partir de 1991, esse processo se deu de forma mais acelerada, a ponto de, na última década, ser registrada a primeira perda real – em números totais – de católicos no Brasil.
Pesquisadores acreditam que, até 2030, as filiações católicas serão menos de 50% da população brasileira. Em 2040, pelas projeções, católicos e evangélicos estariam empatados. A notícia é ruim para o Vaticano, afinal, a tendência brasileira de pluralidade implica, necessariamente, em perda de poder da Igreja. O Brasil ainda é, atualmente, o único entre os 10 países mais populosos do mundo com nação majoritariamente católica. Mas uma prévia do novo mapa religioso do Brasil, que se consolida para as próximas décadas, está no estado do Rio de Janeiro.
Mais precisamente no entorno da capital, área em que o Censo de 2010 identifica como a de maior pluralidade religiosa e onde os católicos têm a menor fatia de seguidores. O Rio é o estado onde havia, em 2010, os menores percentuais de católicos (45,8%) e os maiores índices dos sem religião (15,5%) e das outras religiões (sem considerar os evangélicos, que também cresceram no estado e chegaram a 29,4%).
A razão para crer que este cenário se repetirá, em intensidades diferentes, mas na mesma direção, está no fato de o território fluminense historicamente ‘puxar’ a tendência nacional. Com base no censo de 2010, José Eustáquio Diniz, Suzana Cavenaghi – ambos professores do Instituto Nacional de Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) – e Luiz Felipe Walter Barros, do IBGE, concluíram que os estados onde há maior diversidade religiosa são os que apresentaram maior queda no número de católicos.

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