Sensação de desmaio, falta de ar, tremor, fraqueza nas pernas, ondas de frio ou calor e tontura. A impressão era de infarto iminente.
Estes foram os sintomas de Ana Paula Caxias, 28 anos, ao passar por uma de suas primeiras crises de pânico.
"Sempre fui uma pessoa muito ansiosa. Em um determinado dia, meus patrões viajaram e apenas eu estava no trabalho. Sem mais nem menos, comecei a estranhar as sensações que vinham de dentro do meu corpo. Fiquei morrendo de medo, pois achava que estava tendo um ataque cardíaco. Meu coração ficou acelerado, meus braços dormentes, entre outras sensações horríveis. Deixei tudo no escritório e saí correndo. Quando cheguei em casa, melhorei", relembra Ana.
De acordo com a psicóloga Margareth do Reis, de São Paulo, muitas vezes as primeiras crises da chamada Síndrome ou Transtorno do Pânico aparecem subitamente, em situações normais e habituais. A maioria das pessoas não apresenta todos os sintomas citados, mas sente medo da próxima crise.
Algumas vezes os sintomas aparecem após uma experiência traumática, na qual a pessoa se sentiu indefesa ou humilhada ou sem possibilidade de reação. Um assalto, seqüestro ou acidente, por exemplo", diz a especialista.
Normalmente, a pessoa que sofre desse distúrbio costuma passar por cardiologistas, clínicos, hospitais e laboratórios, mas, na maioria dos casos, não apresenta nenhum problema físico. Ana Paula é um exemplo. "Fiz um check-up em diversos médicos e nada constava. Foi nesse momento que decidi procurar um psiquiatra. Ele me passou antidepressivo e, posteriormente, comecei a fazer terapia. Faço tratamento há oito meses com medicamentos, mas ainda tenho medo de lidar com a situação", diz.
Já a paulistana Fabiana Marques, 42 anos, não sofre mais desse mal. "Durante 20 anos, convivi com a síndrome sem tratamento específico. Em um determinado momento, percebi que estava começando a se tornar uma verdadeira barreira em minha vida. Venci o preconceito e procurei um psiquiatra. Como muitos, sempre acreditei que psiquiatra era coisa para maluco. Enfim, após anos de sofrimento, levo uma vida normal sem os famosos ataques, sem o terrível medo de entrar em um avião e o medo de doenças", conta.
Para o psiquiatra Rubens Pitliuk, após passar por muitas crises, a pessoa pode não ter mais os sintomas físicos típicos, mas ainda sente medos por ela própria classificados como "inexplicáveis". São as fobias sociais, como, por exemplo, o receio de dirigir, participar de reuniões, viajar, ficar sozinha ou em locais com grande concentração de público.
Causas a Tratamentos
A razão mais comum para o desencadeamento das crises é a psicológica. "Reação a um estresse ou a uma situação complicada, cuja solução é igualmente difícil. Essa ocasião pode ser profissional, afetiva, financeira, entre outras. Já as alterações no organismo são provocadas por medicamentos ou abuso de bebidas alcoólicas. O mais comum é uma combinação de varias causas", diz Pitliuk.
O tratamento da Síndrome ou Transtorno do Pânico consiste basicamente em duas etapas. "Primeiramente, acabar com os sintomas físicos, os quais costumam passar rapidamente com a ajuda de certos medicamentos. Nessa fase inicial, a psicoterapia sozinha ajuda muito pouco", explica o médico.
O segundo passo, ainda de acordo com o psiquiatra, é pôr fim às fobias. "Nessa fase, o tratamento mais eficaz é uma combinação de medicação com psicoterapia, principalmente a Psicoterapia Breve Focal, que consiste em poucas sessões para ajudar o paciente a mudar de atitudes, sair de situações difíceis e, principalmente.ver os problemas com mais objetividade, ficando, portanto, mais fáceis de serem resolvidos", conclui Pitliuk.
Texto retirado da internet
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