sábado, 29 de outubro de 2011

O remédio do bem se pode tomar, que não há contra-indicação. E diga-se de passagem: Ele cura qualquer mal! -

Calunga - Livro Tudo Pelo Melhor - Capítulo 20
É hora de a gente tomar as pílulas do bem e firmar muito nosso pensamento nele. Vamos deixar de lado a grosseria do mundo, a preocupação com a desordem, com as coisas que estão ruins. E vamos nos fixar no bem, vamos permanecer no Bem Maior que dá prazer, que faz com que você se sinta uma pessoa digna, capaz de enfrentar qualquer um face a face. Limpe a sua mente do medo e do mal.
Não podemos mais viver na corrupção, pois ela acarreta muitas maneiras perigosas de afastar de nós a saúde e a prosperidade. Cuidado, pois corromper a moral pode surtir um efeito devastador em todos nós. Não podemos nos deixar influenciar pela conversa dos parentes, das pessoas à nossa volta. Firmeza, minha gente! Vamos acreditar na coisa melhor, no Bem Maior e vamos tocar para a frente, com toda a confiança no bem. Deixe o mal de lado.
Se as coisas não estão indo muito bem, se essa ou aquela pessoa está faltando com a honestidade, com o compromisso que tem diante de si, deixe que a vida se encarregue disso. Cumpra com a sua honestidade. Cale-se diante do crime. Não dê atenção, embora perceba a baixeza humana. Ela existe, sim, mas não a exalte a pretexto de se sentir melhor. Vamos tomar as providências necessárias para não sermos lesados nem enganados, mas sem descer ao nível da pessoa.
Não vamos criticar, nem brigar ou envolver nossa mente e nosso pensamento numa tomada de posição. Claro que não podemos deixar de ver as coisas em volta de nós, os erros, a desonestidade, as confusões e as besteiras dos outros. Vemos porque está ali à nossa frente e ninguém é cego. Então o que a gente faz? Quer logo tomar uma posição:
- Ah, onde já se viu? Isso está errado. Não se deve...
Agora a pessoa vai se danar na vida.
A posição que você toma, na verdade, vai assinalando no seu subconsciente futuras situações pelas quais terá que passar. Então, não tome nenhuma posição. Saiba entregar a Deus o que não lhe pertence. Saiba não misturar sua cabeça, seu coração, sua atitude com aquilo que não lhe diz respeito. Mediante uma situação que não é sua, não julgue. Não tome posição, não condene e não se envolva de modo algum. Quando sentir que aquilo não é uma coisa boa, que traz conseqüências ruins, só diga por dentro:
- Ainda bem que não fui eu! Não tenho nada com isso. Que Deus cuide de cada um, porque eu vou permanecer no bem.
Para a pessoa que agiu errado, mande uma energia de bem.
Todo mundo merece o bem,
Não importa quem seja.
Porque só assim você estará reforçando o bem. E o que acontece na sua vida? O bem começa a fluir, as pessoas começam a mudar e você começa a sentir que elas são boas. E o que é melhor: você não está mais julgando, condenando, perseguindo, exigindo e também não está mais negativo.
E quem vai melhorar com isso? Você mesmo. Pois a gente se trata do mesmo jeito que trata os outros e, com isso, se torna nosso próprio inimigo. Quando pára com isso, pára com a gente e pára com os outros. A gente, então, começa a se gostar, a se respeitar, a se dar o bem, a se tratar como um bem. E isso reverte numa valorização da gente mesmo.
Essa autovalorização atrai dinheiro, pessoas de valor, sentimentos de valor, gestos humanos de valor. Você começa a enriquecer nas amizades, na sua cabeça, começa a ter a aura limpa. Você se isola do ambiente negativo e as coisas não mais o pegam, não mais o perseguem. O mal é desviado da sua vida. O bem é introduzido nos seus caminhos: é a amizade querida; é a oportunidade de trabalho; é a chance de ganhar mais dinheiro; são as idéias boas para tratar com seu filho, com sua filha, com seu marido; vêm a inspiração, a solução de pequeninos problemas, e as pessoas começam a ser gentis com você. Parece que a sua energia vai afastando as pessoas mal educadas. Até parece que você está num outro mundo.
O cenário em que você
Vive é feito por você.
O cenário em que você está vivendo não é forçosamente uma realidade para todos. Olhe à sua volta. Uma cidade como São Paulo tem de tudo. Aqui pode viver todo tipo de gente, todo tipo de raça, todo tipo de língua, todo tipo de religião. Pode viver gente com todo tipo de desgraça e com todo tipo de sucesso. Podem viver casais infelizes, cheios de problemas econômicos, cheios de doenças, com os caminhos fechados. Pode viver gente cheia de bem, com muita saúde, muita calma, muita prosperidade. Apesar de essa cidade ser tão barulhenta, na casa dessa pessoa não há barulho nenhum. Tudo para ela vai bem.
A gente, então, vai ficando nesse bem e percebe que tudo fica bom. Você está entendo o que eu quero dizer? As coisas podem ser muito boas nessa cidade, demais de boas. As plantas na sua casa vão muito bem, nem com a poluição elas adoecem. Na sua casa, tem a melhor empregada, jeitosa. Vocês se dão bem, uma faz bem para a outra. Vocês se entendem, se gostam e não querem se largar. É aquela empregada que já se sente parte da família. É aquela coisa boa, humana, sempre ali pronta para dar aquela força. É aquela alma boa, de confiança, e a gente ajuda a tocar a vida dela. Como é bom quando a gente se entende e se gosta, quando atrai as coisas boas para a gente.
Eu gosto de ser bom. É tão bom ser bom. Quando a gente come algo de que gosta, diz: "Ah, que bom!" Quando tem algo de que não gosta, diz que é ruim. Ruim é porque, na prática, a gente não gosta. A prática é a vivência. Então o que você não gosta na prática, que é ruim; não faça. Não adiantam as idéias de defesa, de violência, de achar que está agredido, porque se você está agredido é porque está no mal. Quem está com medo é malvado. Só o malvado, o ruim é que tem medo. Eu sei que você se acha uma vítima, mas não é, não. Não existe vítima.
Atendi uma mulher no centro que estava com problema de inseto invadindo a casa dela. Segundo ela, era devido a algum trabalho feito. Tentamos, então, dar uma ajuda, mas resolvemos só em parte. Nós não resolvemos tudo se a pessoa antes não mudar sua posição interior. Cheguei para ela e disse:
- Minha filha, se o mal está na sua casa é porque você é malvada. Você desculpe eu falar assim, mas é preciso dizer a verdade, porque quero que você se cure cem por cento. Então você vai entender que o mal está ali por afinidade.
Ela não aceitou e saiu do centro brava comigo:
- Não, eu sou vítima. O senhor não sabe ... O senhor não entende...
- Então está bom, minha filha. Eu não sei, eu não entendo, então também não assumo esse problema seu.
Ela saiu tão brava de lá, disse que foi muito insultada. Como eu podia dizer isso dela, já que se considerava mesmo uma vítima? Não houve quem a convencesse do contrário.
Tem gente que é assim. Não quer perceber que a maldade passa na vida dela porque tem caminho para passar. Se não há caminho, a maldade vai procurar outro lugar, porque ali não passa, não. A cabeça é boa, o coração é muito bom. A gente é muito convicto, muito firme, não espera a justiça humana, porque está com a justiça de Deus. O Universo é justo dentro da nossa cabeça. A gente é justo com o nosso bem interior.
Eu tenho muita firmeza na vida, meto a cara, porque eu gosto de ser bom. Tenho firmeza no bem. Às vezes, tenho vontade de perder a paciência, mas digo:
- Não. Assim eu só vou criar confusão. Não vou perder a paciência coisa nenhuma! Não vou ficar violento, porque senão vou plantar já, já a desgraça no meu caminho. Então, eu vou acalmar e procurar agir pela inteligência, pelo bem.
O que eu não puder fazer, Deus faz.
Estou fazendo o meu, Deus faz o dele.
Você quer o bem? Quer a prosperidade? Ame o bem, entregue-se ao bem. Não importa que os outros digam que você é boba, que todo mundo vai lesá-Ia. Não lesa, não.
Quem está no bem convicto, no bem optado, no bem assumido com convicção, por livre escolha, pela noção da sua liberdade de escolha e de atitude, diz:
- Eu estou no bem, estou com o Universo e, portanto, estou com a maioria. E se estou com a maioria, ninguém pode nunca estar contra mim. A ilusão humana é tudo querela. Não vou entrar na violência, na crítica. Não vou entrar na desclassificação humana por mais desclassificada que a pessoa possa ser. A pessoa, no ato dela, se rebaixou, se corrompeu, roubou, mentiu, trapaceou e acha que, com isso, vai receber fortuna, que vai receber vantagem? A única vantagem que ela vai ter, por distorcer a natureza, é pagar o preço com a doença mental, com a doença espiritual. A doença espiritual pega o corpo, pega a alma, dá depressão.
Toda depressão é doença mental e espiritual. Mostra que a pessoa faltou com o seu bem interior. Se você está abusado, invadido, machucado, é porque está faltando com o bem interior. Isso não é conversa de religião. A pessoa se reorganiza no bem, volta para o seu bem interior, pronto. A vida volta a fluir com dignidade, porque o Universo é uma beleza. Mas você fica na dúvida do bem:
-Ah, será que eu devo? Será que eu posso? Vou magoar fulano, vou magoar sicrano...
- Olhe, minha filha, o bem está dentro do coração da gente. A gente não pode assumir o bem sem inteligência, sem a inteligência de perceber que cada um é responsável por si. Meu propósito não é o de magoar, mas se a pessoa se magoa, isso é responsabilidade dela. É muito diferente quando quero magoar de propósito, quando quero criticar, quando quero agredir, em vez de me omitir. A gente faz propaganda demais da maldade; enquanto a bondade e o sucesso a gente omite, porque é mesquinho. Essa mesquinhez anula a corrente de prosperidade da vida da gente.
Só quem elogia o sucesso
E não dá força para o fracasso
É quem tem sucesso na vida.
Olhe em volta de você. Toda criatura, por mais desclassificada que seja, dentro da moral humana, ainda é uma criatura de Deus, ainda é uma criatura que merece respeito. Embora não possamos dar a essa pessoa confiança, porque ela não é digna da nossa confiança, a gente sabe que ela deve ser tratada como ser humano. Isso não vai impedir que você seja enérgico, que a polícia tenha que ser enérgica, que o indivíduo deva responder pela desclassificação que fez, porque a gente responde também à natureza. Se não responde na lei do homem, responde à lei da natureza.
Ninguém escapa à desonestidade,
Ao mal que fez, ao bem com que faltou.
A gente tem, portanto, que ser firme mesmo com os filhos, com as pessoas, porque não pode ser bobo. Mas, por outro lado, nessa firmeza existe o respeito pelo ser humano, existe o respeito pela atitude dele. Tome a sua atitude diante da pessoa com firmeza e com convicção, mas não critique. O perdão não envolve deixar que a pessoa abuse. O perdão não envolve deixar que você tome a atitude. Você pode perdoar o seu filho, no sentido de não desclassificá-Io pelo erro que ele fez, de não condená-Io, de não praguejar, não bater e não agredir, mas a corrigenda tem que ser feita.
Ele tem que consertar o que fez, tem que se responsabilizar pelo que fez. A gente vai torná-Io consciente de que ele é responsável pelo erro que fez. E isso é imperdoável. A gente não pode deixar passar nada, porque a natureza não vai deixar passar também. Ele vai receber as conseqüências, se não fizer direito. Então, faça-o perceber isso, mas não com violência. Não rebaixe o filho que você ama. Não xingue, não grite, não desclassifique com nomes feios, não julgue. Mostre o erro. Não fale mal dele, fale mal do erro. O ato é ruim, não o filho que é ruim. O ato leva a conseqüências ruins, amargas, desagradáveis. O ato, portanto, é ruim, não o ser humano. O ser humano tem que ser estimulado no bem dele. Diga:
- Olhe, meu filho, o ato é ruim. Mas você é uma pessoa inteligente, você é bom. Não deixe o mal envolver o seu coração. O ato é ruim e vai levá-Io a conseqüências ruins. Você fez porque quis fazer, então responda por você. Você que criou, agora saboreie. Portanto, se quer saborear o bem, faça o bem. Aí, você tem direito ao sabor bom. Capriche na comida para que ela fique boa. Mas você faz de qualquer jeito e depois quer que fique boa? No mundo não é assim. Se você não investe no que quer, não colhe o que quer. O bem não é o do outro, mas o bem que está no seu coração, o bem que você conhece, que você gosta. E se os outros fizessem isto a você, você gostaria?
- Ah, não gostaria.
- Então, meu filho, por que o outro há de gostar? Me conte.
- Ah, mas o outro provocou. Foi ele que começou ...
- E você fez igual, porque não soube lidar de outra forma.
- Ah, ele veio me bater e eu bati nele.
- Tudo bem, meu filho. Os iguais se entendem. Se esse é o único modo que você conhece de lidar com a situação, vá em frente. - É melhor você pensar:
- Eu não vou criticar, não. Vou deixar que ele descubra um modo melhor de fazer. Às vezes também dar um soco no outro para mostrar que tem força faz com que ele seja mais respeitado. Também não vou me meter no senso de bem do meu filho, pois ele ainda precisa viver para entender. Não vou querer que ele aprenda o que não está maduro para aprender. Vou deixar e aguardar a hora certa.
- Deu certo, filho?
- Deu, mãe. Agora ele não enche mais a paciência.
- Então, está bom, meu filho. Esse é o seu modo de resolver pelo bem. Agora, não deu certo, filho? Você está sofrendo? Uai, alguma coisa você não está fazendo de bom.
O que é bom? Bom é o que dá certo, que leva a gente para o bem, para o bem-estar, para a facilidade, para as coisas boas da vida. É o que faz a gente se sentir bem, que acaba com os problemas e com o ruim. Esse é o bem. Bem é o que nos dá a força. Na verdade, esse grande bem, a gente vai reconhecendo em cada um. Mas uma vez que a pessoa está passando por uma situação difícil, - porque não fez todo o bem que podia.
Se você não quer mais que ninguém o perturbe e que interfira no seu caminho, que ninguém mais venha a estragar o seu trabalho, que ninguém mais venha com energia ruim para perturbá-Io, seja encarnado ou desencarnado, você tem que parar de se meter na vida dos outros. A coisa que a gente mais faz neste mundo é se meter na vida dos outros, tomando posição, tomando partido, julgando um, julgando outro. Vocês têm a boca solta e a cabeça totalmente indisciplinada.
Agora, quando fazem isso na sua vida, você fica muito aborrecido. Sabe que isso é ruim e, no entanto, pratica com o outro. Você está, então, à mercê do mundo.
E o mundo vai violentá-Io, invadi-Io, desclassificá-Io, perturbá-Io. Os obsessores vão pegá-Io. Também os encarnados, os estúpidos vão se aproximar de você. Vai, então, conviver num mundo só de gente crítica, esnobe e ruim. Vai sofrer neste mundo. Vai nascer num lar assim igualzinho a você. Não adianta se fazer de santa, porque você é santa de pau oco. Não tem vítima neste planeta!
Estou dizendo isso porque a maior defesa do indivíduo é a pureza mental. Ser puro não é ser burro, inocente. Puro é a opção pelo bem, por compreender que esse é o seu melhor e que garante o melhor para você. É querer o melhor de verdade, é praticar o melhor de verdade. Não tem nada de ser bonzinho para entrar no reino de Deus, não. Não estou fazendo isso para ganhar favores do mundo. Estou dizendo porque sei que assim funciona melhor. Não sou burro, tenho inteligência, por que vou pegar logo o pior? Para botar o pior na minha vida? Não, eu quero o melhor!

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