sábado, 8 de outubro de 2011

HÁ ALGO A MAIS... UM AMOR. UMA LUZ - XXII*

CARTA PARA UM MÉDICO QUE CHORA QUE CHORA UMA GRANDE SAUDADE.

Não, eles não morreram!


Podem ter sumido à percepção do sentidos do corpo...
Mas, quem disse que a medida dos sentidos humanos é a medida do universo?
E, aquilo que se sente no coração, pode ser medido por qual parâmetro da mente?
Ah, que médico patologista dissecou algum espírito em suas autópsias?
O que pode ser dissecado é só o corpo, jamais a consciência.
E o Amor, então? Quem pode limitá-lo ou quantificá-lo? E quem é craque nisso?
Eu não posso dissecar um espírito para você – nem prendê-lo numa garrafa.
Nem posso lhe dar o discernimento espiritual necessário para você sentir algo...
O que posso lhe dizer é sobre a certeza que trago em meu coração.
E isso eu não aprendi em nenhuma doutrina, não. É um estado de consciência.
Sou um espírito – e você também! E, nesse momento, estamos aqui na Terra.
Estamos com cara de gente e andando pelo mundo, na condição de homens.
Mas, quem disse que somos só isso?... Não, não, nossa cara real não é essa.
Não somos brancos ou negros; nem amarelos ou vermelhos; nem altos ou baixos.
Ah, temos a cara das estrelas! E a nossa raça é a da Luz – como tudo no universo.
E como é que você espera descobrir isso dissecando um cadáver?
Que tal descobrir isso no olhar de alguém querido? Ou olhando um pôr-de-sol?
Ou, simplesmente meditando e refletindo; ou sentindo seu coração...
Contudo, não me peça uma técnica para isso; não é questão de dissecação.
Tem mais a ver com o que se sente, e não se explica. Algo a mais...
E não espere um espírito se materializar diante de você para tirar suas dúvidas.
E nem a morte chegar para pensar nisso, porque você não sabe quando partirá...
E nem pense que o universo está preocupado com o que você acha das coisas.
O lance é com você mesmo. E o seu despertar beneficia a quem mesmo?
Há algo a mais... Um Amor. Uma Luz. E isso não se vê com os olhos do corpo.
O seu bisturi é bom para cortar carne, mas nada resolve quando o lance é a Luz.
Por acaso, você espera encontrar, numa cirurgia, o Amor dentro do coração?
Ou ver o brilho das estrelas nos olhos de alguém num exame oftalmológico?
Ou, quem sabe, achar uma consciência numa cirurgia de crânio aberto?
E o que uma trepanação craniana teria a ver com iluminação espiritual?
Não, não. Para achar a Grande Luz, só com alguma Luz iluminando a jornada.
Para falar de Amor, só com o coração; pois só quem ama é que sabe...
Você poderá carregar seu ceticismo e suas dúvidas, mas não para sempre.
Em algum momento, na Terra ou além, você saberá. E isso é com você mesmo.
Estamos aqui na Terra, mas só por um tempo... E depois, algo a mais...
Por enquanto, faça o seu melhor. Cure os outros com sua técnica médica.
E no trato particular, de algum jeito, cure suas emoções e seus pensamentos.
Você é médico dos homens, não da alma; e o seu saber tem limites e condições.
Ajude os seus pacientes e fique feliz com isso; cumpra bem sua missão.
Mas não pretenda que o seu saber lhe revele os mistérios da Luz no corpo.
Para isso, precisa de algo a mais... Um Amor. Uma Luz.
E isso não se aprende em lugar algum da Terra. É estado de consciência.
E nem precisa morrer para descobrir isso. É coisa que se sente...
E eu comecei esse papo dizendo-lhe o seguinte: “eles não morreram, não”.
E, agora, termino, dizendo-lhe a mesma coisa: “eles não morreram!”
Então, escute com seu coração; talvez os seus amigos estejam cantando algo...
“Lá do Astral” – que não se vê com os olhos do corpo -, eles o veem, sim.
E sabem o quanto você os amava. E o quanto a saudade aperta o seu coração.
No entanto, eles também sabem que você é um espírito e que há algo a mais...
Sabem que por trás dessa aparência de médico durão está um homem de bem.
Sim, eles sabem que você olha para o céu estrelado e chora quietinho.
E que, às vezes, quando a saudade aperta mais, você quer ir embora também.
Sim, eles sabem de seus acertos e erros, pois o conhecem muito bem.
Sabem que você perdeu sua fé e se deixou levar por diversas ilusões.
Ah, eu não posso lhe provar nada, a não ser isso que estou lhe dizendo aqui.
Como eu poderia lhe dizer o que eles me contaram, em espírito e verdade?
Algo que escutei com os sentidos espirituais, além dos barulhos do mundo.
Como lhe dizer que sua fé ainda está aí, debaixo dessa sua capa de orgulho tolo?
E que o Amor ainda fala com você, mesmo que sua arrogância não lhe deixe ver?
Você se anestesiou espiritualmente, mas quem disse que seu coração aceitou?
E agora, o que fazer com essa saudade? Como operar algo assim, não físico?
Não, eu não tenho como lhe provar nada. Eu só sei desse seu choro secreto.
E que seus amigos não morreram! E que, “lá do Astral”, eles vibram por você.
Porque a morte não mata as amizades verdadeiras, que são de alma.
Nem apaga o Amor real, que viaja por entre os planos, de coração a coração.
Ah, o que posso lhe dizer mais, que não seja essa certeza que está em meu peito?
E que eu lhe envio por intermédio dessas palavras grafadas aqui.
Quem sabe, se você as ler com o coração, talvez compreenda algo a mais...
Sim, algo a mais... Um Amor. Uma Luz.
P.S.:
Eu não sou doutor em coisa alguma.
Mas sei do seu choro que ninguém mais sabe.
E foi você que me consultou, lembra-se?
E o meu diagnóstico é esse aqui:
“Use o bisturi espiritual e corte o seu orgulho.
A morte toda hora lhe rouba vários pacientes.
E você nada sabe do que rola depois com eles...
E a morte também lhe roubou amigos preciosos.
Então, recupere sua fé e se cure.
E nunca deixe de olhar o céu estrelado.
Mas veja com o coração – para sentir algo a mais...
Talvez, o Amor de seus amigos, algures...
Ou o toque do Grande Espírito nas estrelas.
O mesmo toque sutil - que toca você através da vida.
Continue sendo o excelente médico que você é.
E agradeça a Deus por sua missão de curar.
Pois, se você é médico do corpo, Ele é médico da alma.”
E lembre-se: eu não sou doutor em nada!
Eu só sei dessa certeza que trago em meu coração.
Que me faz sentir e escrever, novamente...
“QUE ELES NÃO MORRERAM!”**
Paz e Luz.
- Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 08 de outubro de 2011.

Nenhum comentário: