quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ortopedistas adotam técnica japonesa que congela osso para tratar câncer

Médicos brasileiros estão usando uma técnica de congelamento para tratar câncer nos ossos. Ainda pouco usado no Brasil, o método foi desenvolvido no Japão, onde é aplicado como rotina há 13 anos.Funciona da seguinte maneira: o médico corta o osso doente, 'descasca' o tumor que está por fora, raspa o tumor que está por dentro do osso e manda o material para análise patológica.
Em seguida, o osso 'limpo' é mergulhado em um tanque com nitrogênio líquido, onde permanece por 25 minutos a uma temperatura de -193ºC. Depois disso, o osso é retirado e mergulhado em água destilada, em temperatura ambiente, para descongelar e ser reimplantado no paciente. O congelamento mata as células doentes e as sadias.
O tratamento convencional do câncer ósseo geralmente inclui sessões de quimioterapia e a realização de cirurgia para remoção do osso doente. Depois, no lugar, o paciente recebe uma prótese metálica ou um osso de doador (vindo de banco de ossos).
'O mais comum é usarmos próteses porque há poucos bancos de ossos no País. A vantagem dessa técnica do congelamento é que ela usa o osso do próprio paciente, com encaixe anatômico perfeito', afirmou Walter Meohas, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chefe do serviço de oncologia do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Pouco usado. Aqui, por enquanto, poucos centros conhecem e usam a técnica do congelamento. O pioneiro foi o ortopedista oncológico Márcio Moura, de Curitiba, que realizou a primeira cirurgia do tipo em 2003, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Desde então, ele já operou 67 pacientes e nenhum teve recidiva do tumor no osso - apenas um teve recidiva em tecidos moles. Ao menos 12 desses pacientes operaram há mais de cinco anos, nunca mais tiveram problemas, voltaram a caminhar normalmente e, portanto, são considerados curados do câncer ósseo.
Os resultados positivos do uso da técnica foram apresentados na quinta-feira no 8.º Congresso de Oncologia Ortopédica, em Tiradentes (MG). Ao menos 250 médicos se inscreveram para fazer o curso preparatório para aprender mais a técnica e poder usá-la em seus pacientes.
'Os resultados que temos são bastante promissores em relação ao uso da prótese. Estamos observando que o congelamento produz uma proteína que facilita a consolidação do osso, que se reintegra, ao contrário do enxerto de doador', diz Moura.
Vantagens. Uma das vantagens do congelamento do osso, segundo Moura, é que o paciente recebe de volta o próprio osso, não tem risco de rejeição e, em cerca de seis meses, o local volta a ser repovoado por células - o que não acontece quando ele coloca um enxerto de doador.
Além disso, diz Moura, as próteses metálicas têm uma sobrevida média de dez anos - quando precisam ser trocadas e o paciente tem de se submeter a outra cirurgia - e também são mais suscetíveis a infecções.
Segundo Moura, o congelamento também custa mais barato do que uma prótese. Ele diz que o preço de uma prótese metálica varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil, enquanto o tonel com 20 litros de nitrogênio (o suficiente para a realização de duas cirurgias do tipo) custa R$ 200.
'Sai muito mais barato para o SUS e para os planos de saúde. Além disso, como se trata de osso do paciente, o risco de complicações ao longo do tempo é reduzido', afirmou o oncologista.
Meohas, do Inca, não concorda com o custo e diz que o osso reimplantado depois de ser congelado precisa de uma placa para se estabilizar - e essa placa também custa caro.
'Ela pode custar o valor da prótese. Além disso, uma desvantagem dessa técnica é que o osso reimplantado é um osso doente e desgastado, portanto, mais sujeito a fraturas. No Inca, usamos preferencialmente ossos de doadores', afirma.
Rodrigo de Andrade Gandra Peixoto, ortopedista oncológico e presidente do congresso em que a técnica foi apresentada, diz que essa será mais uma alternativa para o tratamento desse tipo de câncer. 'Essa é uma técnica amplamente aceita e difundida. Os resultados são muito bons. Nosso objetivo é difundir seu uso para todo o País', diz.
Médicos brasileiros estão usando uma técnica de congelamento para tratar câncer nos ossos. Ainda pouco usado no Brasil, o método foi desenvolvido no Japão, onde é aplicado como rotina há 13 anos.
Funciona da seguinte maneira: o médico corta o osso doente, 'descasca' o tumor que está por fora, raspa o tumor que está por dentro do osso e manda o material para análise patológica.
Em seguida, o osso 'limpo' é mergulhado em um tanque com nitrogênio líquido, onde permanece por 25 minutos a uma temperatura de -193ºC. Depois disso, o osso é retirado e mergulhado em água destilada, em temperatura ambiente, para descongelar e ser reimplantado no paciente. O congelamento mata as células doentes e as sadias.
O tratamento convencional do câncer ósseo geralmente inclui sessões de quimioterapia e a realização de cirurgia para remoção do osso doente. Depois, no lugar, o paciente recebe uma prótese metálica ou um osso de doador (vindo de banco de ossos).
'O mais comum é usarmos próteses porque há poucos bancos de ossos no País. A vantagem dessa técnica do congelamento é que ela usa o osso do próprio paciente, com encaixe anatômico perfeito', afirmou Walter Meohas, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chefe do serviço de oncologia do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Pouco usado. Aqui, por enquanto, poucos centros conhecem e usam a técnica do congelamento. O pioneiro foi o ortopedista oncológico Márcio Moura, de Curitiba, que realizou a primeira cirurgia do tipo em 2003, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Desde então, ele já operou 67 pacientes e nenhum teve recidiva do tumor no osso - apenas um teve recidiva em tecidos moles. Ao menos 12 desses pacientes operaram há mais de cinco anos, nunca mais tiveram problemas, voltaram a caminhar normalmente e, portanto, são considerados curados do câncer ósseo.
Os resultados positivos do uso da técnica foram apresentados na quinta-feira no 8.º Congresso de Oncologia Ortopédica, em Tiradentes (MG). Ao menos 250 médicos se inscreveram para fazer o curso preparatório para aprender mais a técnica e poder usá-la em seus pacientes.
'Os resultados que temos são bastante promissores em relação ao uso da prótese. Estamos observando que o congelamento produz uma proteína que facilita a consolidação do osso, que se reintegra, ao contrário do enxerto de doador', diz Moura.
Vantagens. Uma das vantagens do congelamento do osso, segundo Moura, é que o paciente recebe de volta o próprio osso, não tem risco de rejeição e, em cerca de seis meses, o local volta a ser repovoado por células - o que não acontece quando ele coloca um enxerto de doador.
Além disso, diz Moura, as próteses metálicas têm uma sobrevida média de dez anos - quando precisam ser trocadas e o paciente tem de se submeter a outra cirurgia - e também são mais suscetíveis a infecções.
Segundo Moura, o congelamento também custa mais barato do que uma prótese. Ele diz que o preço de uma prótese metálica varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil, enquanto o tonel com 20 litros de nitrogênio (o suficiente para a realização de duas cirurgias do tipo) custa R$ 200.
'Sai muito mais barato para o SUS e para os planos de saúde. Além disso, como se trata de osso do paciente, o risco de complicações ao longo do tempo é reduzido', afirmou o oncologista.
Meohas, do Inca, não concorda com o custo e diz que o osso reimplantado depois de ser congelado precisa de uma placa para se estabilizar - e essa placa também custa caro.
'Ela pode custar o valor da prótese. Além disso, uma desvantagem dessa técnica é que o osso reimplantado é um osso doente e desgastado, portanto, mais sujeito a fraturas. No Inca, usamos preferencialmente ossos de doadores', afirma.
Rodrigo de Andrade Gandra Peixoto, ortopedista oncológico e presidente do congresso em que a técnica foi apresentada, diz que essa será mais uma alternativa para o tratamento desse tipo de câncer. 'Essa é uma técnica amplamente aceita e difundida. Os resultados são muito bons. Nosso objetivo é difundir seu uso para todo o País', diz.

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