quinta-feira, 26 de abril de 2012

ERA NAPOLEÔNICA E CONGRESSO DE VIENA- 71 e 74


O jovem Napoleão Bonaparte, grande líder e estrategista, assumiu o poder na França num momento de muita instabilidade. A partir do golpe 18 de Brumário, junto com a Burguesia, acabou com o governo do Diretório, com o propósito de reconstruir a França e consolidar o Capitalismo. Seu governo pode ser dividido em 3 fases: O Consulado (1799-1804), o Império (1804-1814) e o Governo dos Cem Dias (1815).
O CONSULADO
Após a queda do Diretório, Napoleão fora aclamado Cônsul da França e, mostrando-se um ótimo administrador, conseguiu transformar a França na segunda maior potência mundial em apenas 4 anos, a partir da promoção de inúmeras reformas.
A reforma agrária criou uma numerosa classe de pequenos proprietários e acarretou a conversão da agricultura feudal em capitalista, beneficiando os camponeses, que eram estimulados a produzir e a burguesia, que controlaria as vendas da produção, alem de evitar o êxodo rural, reduzindo os problemas urbanos. Promoveu ainda a reforma monetária com a criação do Banco da França, em 1800, o combate à inflação e conseqüente estabilização da economia.
Na educação, a reforma se deu com a criação dos Liceus, escolas estatais de regime de semi-internato que promoviam a formação técnica dos jovens, o que casava com as novas necessidades das indústrias que surgiam. A reforma no plano jurídico foi promovida pelas inovações do Código Napoleônico, que refletia os interesses burgueses, trazendo a proteção à propriedade privada, o direito à liberdade individual e a igualdade dos indivíduos perante a lei.
O IMPÉRIO
Esta fase foi marcada pelo restabelecimento do regime monárquico na França com Napoleão no trono, movido pela sede de transformar a França na maior potência mundial, o que requeria a conquista de novos territórios e o domínio sobre o mercado consumidor europeu. Neste sentido, inúmeras guerras foram travadas durante o império.
A maior rival da França era a Inglaterra, pois era a maior potência mundial da época. Na Batalha Naval de Trafalgar, as duas potências se enfrentaram e, apesar da força do exército francês, a França saiu derrotada, pois a Inglaterra era imbatível nos mares. A tática de Napoleão foi modificada e após espalhar inúmeros Liceus militares pela França, iniciou uma guerra de conquista dos territórios europeus em 1804. Surpreendentemente, em apenas 2 anos de combate, já havia conquistado toda Europa, pois mesmo os países que não foram derrotados com a guerra, assinaram tratados cedendo às exigências francesas com medo de enfrentar o exército.
Em 1806, Napoleão partiu para um novo plano de ataque à Inglaterra: o Bloqueio Continental, que proibia o estabelecimento de qualquer relação comercial com a Inglaterra, a fim de lhe causar o enfraquecimento econômico abalando suas exportações. Com apenas um ano de bloqueio, Portugal transgrediu a regra imposta por Napoleão, pois sua economia dependia do mercado inglês. Isto acarretou a fuga de D. João VI e da família real portuguesa para o Brasil, com a transferência do aparelho estatal lusitano para a colônia, o que representava um enorme passo no sentido da sua independência. A quebra do pacto colonial era interessante para a Inglaterra que visava dominar o mercado consumidor americano.
A repressão aos focos de resistência consolidou o Bloqueio Continental, mas por volta de 1812, a própria impossibilidade da França em suprir todos os mercados consumidores com a sua produção industrial levou o bloqueio à ruína. Várias nações já estavam insatisfeitas e a Rússia também descumpriu a ordem francesa comercializando com a Inglaterra. Napoleão invadiu a Rússia em 1813 com cerca de 600.000 homens, que foram em grande parte derrotados pelo rigoroso inverno russo. Ainda uma ameaça de invasão do território francês fez com que Napoleão retornasse imediatamente para tentar impedir sua derrota. Com o exército enfraquecido , Napoleão foi derrotado por uma coligação européia entre Inglaterra, Áustria e Prússia em 1814, sendo obrigado a abandonar o poder, sendo exilado na Ilha de Elba.
GOVERNO DOS CEM DIAS
Napoleão conseguiu fugir do exílio e reconquistar a França com a ajuda de um exército, estabelecendo um governo que duraram cem dias, até que foi derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo, em 1815, sendo conduzido a um presídio de segurança máxima na Ilha de Santa Helena, aonde veio a falecer em 1821.
CONGRESSO DE VIENA (1815)
Com o fim da Era Napoleônica, foi estabelecida uma grande conferência entre as potências européias no sentido de traçar as novas diretrizes políticas para a Europa e de reverter as transformações trazidas pela Revolução Francesa. Em virtude da sua própria composição, tomou um cunho absolutista (era o regime de todos os países componentes, com exceção da Inglaterra, motivo pelo qual não permaneceria no Congresso até o fim).
Inúmeras diretrizes foram tomadas, sendo uma das principais o Princípio da Legitimidade, que pregava a reestruturação dos tronos absolutistas europeus, anulando-se tudo que foi ocorrido após a Revolução Francesa. A América Latina e a Inglaterra se opuseram a este princípio, pois significava o restabelecimento do Pacto Colônias, que já não era mais interessante para a elite e representaria a perda do domínio britânico sobre o mercado americano.
Também foi determinada a divisão dos territórios conforme a configuração anterior às conquistas napoleônicas e o estabelecimento do Princípio do Equilíbrio de Poder, segundo o qual nenhuma nação poderia ter maior poder político ou militar que outra (o desequilíbrio teria sido a causa da ascensão de Napoleão e deveria ser evitado). Também foi criada a Santa Aliança, que deveria representar o braço armado do congresso, para conter as ameaças iluministas que surgissem, preservando a paz alcançada.
O golpe de estado de 18 de Brumário (do Calendário Revolucionário Francês, 9 de novembro de 1799) foi o golpe que iniciou a ditadura napoleônica na França.

Nenhum comentário: