O
jovem Napoleão Bonaparte, grande líder e estrategista, assumiu o
poder na França num momento de muita instabilidade. A partir do
golpe 18
de Brumário,
junto com a Burguesia, acabou com o governo do Diretório, com o
propósito de reconstruir a França e consolidar o Capitalismo. Seu
governo pode ser dividido em 3 fases: O Consulado (1799-1804), o
Império (1804-1814) e o Governo dos Cem Dias (1815).
O
CONSULADO
Após
a queda do Diretório, Napoleão fora aclamado Cônsul da França e,
mostrando-se um ótimo administrador, conseguiu transformar a França
na segunda maior potência mundial em apenas 4 anos, a partir da
promoção de inúmeras reformas.
A
reforma agrária criou
uma numerosa classe de pequenos proprietários e acarretou a
conversão da agricultura feudal em capitalista, beneficiando os
camponeses, que eram estimulados a produzir e a burguesia, que
controlaria as vendas da produção, alem de evitar o êxodo rural,
reduzindo os problemas urbanos. Promoveu ainda a reforma
monetária com a
criação do Banco da França, em 1800, o combate à inflação e
conseqüente estabilização da economia.
Na
educação, a reforma se deu com a criação dos Liceus,
escolas estatais de regime de semi-internato que promoviam a formação
técnica dos jovens, o que casava com as novas necessidades das
indústrias que surgiam. A reforma no plano jurídico foi promovida
pelas inovações do Código
Napoleônico, que
refletia os interesses burgueses, trazendo a proteção à
propriedade privada, o direito à liberdade individual e a igualdade
dos indivíduos perante a lei.
O
IMPÉRIO
Esta
fase foi marcada pelo restabelecimento do regime monárquico na
França com Napoleão no trono, movido pela sede de transformar a
França na maior potência mundial, o que requeria a conquista de
novos territórios e o domínio sobre o mercado consumidor europeu.
Neste sentido, inúmeras guerras foram travadas durante o império.
A
maior rival da França era a Inglaterra, pois era a maior potência
mundial da época. Na Batalha
Naval de Trafalgar,
as duas potências se enfrentaram e, apesar da força do exército
francês, a França saiu derrotada, pois a Inglaterra era imbatível
nos mares. A tática de Napoleão foi modificada e após espalhar
inúmeros Liceus militares pela França, iniciou uma guerra de
conquista dos territórios europeus em 1804. Surpreendentemente, em
apenas 2 anos de combate, já havia conquistado toda Europa, pois
mesmo os países que não foram derrotados com a guerra, assinaram
tratados cedendo às exigências francesas com medo de enfrentar o
exército.
Em
1806, Napoleão partiu para um novo plano de ataque à Inglaterra: o
Bloqueio
Continental, que
proibia o estabelecimento de qualquer relação comercial com a
Inglaterra, a fim de lhe causar o enfraquecimento econômico abalando
suas exportações. Com apenas um ano de bloqueio, Portugal
transgrediu a regra imposta por Napoleão, pois sua economia dependia
do mercado inglês. Isto acarretou a fuga de D. João VI e da família
real portuguesa para o Brasil, com a transferência do aparelho
estatal lusitano para a colônia, o que representava um enorme passo
no sentido da sua independência. A quebra do pacto colonial era
interessante para a Inglaterra que visava dominar o mercado
consumidor americano.
A
repressão aos focos de resistência consolidou o Bloqueio
Continental, mas por volta de 1812, a própria impossibilidade da
França em suprir todos os mercados consumidores com a sua produção
industrial levou o bloqueio à ruína. Várias nações já estavam
insatisfeitas e a Rússia também descumpriu a ordem francesa
comercializando com a Inglaterra. Napoleão invadiu a Rússia em 1813
com cerca de 600.000 homens, que foram em grande parte derrotados
pelo rigoroso inverno russo. Ainda uma ameaça de invasão do
território francês fez com que Napoleão retornasse imediatamente
para tentar impedir sua derrota. Com o exército enfraquecido ,
Napoleão foi derrotado por uma coligação européia entre
Inglaterra, Áustria e Prússia em 1814, sendo obrigado a abandonar
o poder, sendo exilado na Ilha de Elba.
GOVERNO
DOS CEM DIAS
Napoleão
conseguiu fugir do exílio e reconquistar a França com a ajuda de um
exército, estabelecendo um governo que duraram cem dias, até que
foi derrotado definitivamente na Batalha
de Waterloo,
em 1815, sendo conduzido a um presídio de segurança máxima na Ilha
de Santa Helena, aonde veio a falecer em 1821.
CONGRESSO
DE VIENA (1815)
Com
o fim da Era Napoleônica, foi estabelecida uma grande conferência
entre as potências européias no sentido de traçar as novas
diretrizes políticas para a Europa e de reverter as transformações
trazidas pela Revolução Francesa. Em virtude da sua própria
composição, tomou um cunho absolutista (era o regime de todos os
países componentes, com exceção da Inglaterra, motivo pelo qual
não permaneceria no Congresso até o fim).
Inúmeras
diretrizes foram tomadas, sendo uma das principais o Princípio
da Legitimidade,
que pregava a reestruturação dos tronos absolutistas europeus,
anulando-se tudo que foi ocorrido após a Revolução Francesa. A
América Latina e a Inglaterra se opuseram a este princípio, pois
significava o restabelecimento do Pacto Colônias, que já não era
mais interessante para a elite e representaria a perda do domínio
britânico sobre o mercado americano.
Também
foi determinada a divisão dos territórios conforme a configuração
anterior às conquistas napoleônicas e o estabelecimento do
Princípio
do Equilíbrio de Poder,
segundo o qual nenhuma nação poderia ter maior poder político ou
militar que outra (o desequilíbrio teria sido a causa da ascensão
de Napoleão e deveria ser evitado). Também foi criada a Santa
Aliança,
que deveria representar o braço armado do congresso, para conter as
ameaças iluministas que surgissem, preservando a paz alcançada.
O
golpe de estado de 18
de Brumário (do Calendário
Revolucionário Francês, 9 de novembro de 1799) foi o golpe que
iniciou a ditadura napoleônica na França.
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