terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Em frente

Não nos conformemos com as lambadas que a vida nos dá. O medo é péssimo conselheiro, a coragem é remédio bendito. Se elas vêm, nossa conta nos clama atitude de reflexão. Nada de paralisação: sigamos em frente.
Não percamos tempo em maldizer o coração alheio, considerando que, de fato, nossa conduta não é, ainda, irretorquível. Sentimento não se mede com nosso verbo, mas pelo bem ao qual leva, a construção que edifica, a alma que salva, portanto, sigamos em frente.
Não reclamemos por justiça divina, em vão. Não há quem não esteja sob o jugo da Lei. Deus não joga dados ao amar os filhos, assim como não tem por hábito nos bajular, ou derrogar suas Leis por este ou aquele rogo destemperado. Antes de reclamar, façamos esforço para calarmos e sigamos em frente.
Não nos prendamos o passado. Afinal, quem gosta de passado é museu.
Quem vive somente de lembranças, esquece que se algo é inócuo é remexer com corações e fatos que dormitam nos escaninhos de nossas idas experiências. Quem desenterra defunto a cada oportunidade, é sério candidato a coveiro infeliz, a exumar por tempo incerto, as próprias angustiosas ilusões do passado. Assim, podemos e devemos seguir em frente, de vez que o futuro será o que fizermos dele no presente.
Não paremos em nossa caminhada nos portais dos lupanares indevidos. A carne, como nossa presente personalidade, é exígua, nos caudais do tempo. O prazer fácil cobra-nos, no porvir, angustiosas contas, as quais demandaremos lágrimas certas e tempo incerto para retorno à trilha que conscientemente abandonamos em nomes de alívios ilusórios da carne. Os lupanares sempre existiram, cabendo-nos portanto fazermo-nos surdos ao clamores das sereias doloridas da ilusão, pois neste caso, conquanto o corpo esteja saciado, nossa mente enterra-se nas catacumbas da dor. A nossa atitude deve ser caminhar para frente, sempre.
Não deixemos para fazer amanhã o que pudermos fazer hoje. Não sabemos qual é o plano divino para nós e nossos co-caminhantes. Pendências em nossas vidas, são como ervas daninhas que, se não nos incomodam de imediata, criam atavismos em nosso coração que demandarão tempo incerto para podermos trabalhá-los. Somos navegantes com encarnações já sobejamente complicadas. Sejamos tempestivos na resolução dos problemas que nos cercam. Resolvamos nossos problemas já, sendo práticos, objetivos caridosos e fraternos, seguindo, por certo em frente.
Não valorizemos nossas dores. Visitemos as casas onde a dor, a fatuidade e a saudade são fortes e cortantes. Calemo-nos. Já nos basta as evasivas perante aos impositivos Lei. Não somos capazes de assumir, no futuro, os espinhos que plantamos no hoje. Antes de lamentar a dor, sejamos caravaneiros do alívio da dor alheia, seguindo em frente em nossas caminhadas.
Que Deus nos abençoe
Paulo Viotti, com a ajuda dos amigos espirituais (Nonô)

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