Sei que na minha caminhada tem um
destino e uma direção,
por isso devo medir meus passos, prestar atenção no
que faço
e no que fazem os que por mim também passam
ou pelos quais
passo eu...
Que eu não me iluda com o
ânimo e o vigor dos primeiros trechos,
porque chegará o dia em que os pés
não terão tanta força
e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço
houver, que eu não me desespere
e acredite que ainda terei forças para
continuar,
principalmente quando houver quem me auxilie...É oportuno que, em meus
sorrisos, eu me lembre
de que existem os que choram, que, assim,
meu
riso não ofenda a mágoa dos que sofrem:
por outro lado, quando chegar a
minha vez de chorar,
que eu não me deixe dominar pela desesperança,
mas
que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela,
que me iguala, que
torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel
e coragem, água no cantil,
e ânimo no coração, bota nos pés e chapéu na
cabeça, e,
assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere
melhor do que aqueles que ficarão atrás,
porque pode vir o dia em que nada
terei mais para minha jornada
e aqueles, que ultrapassei na caminhada, me
alcançarão
e também poderão fazer como eu fiz e nada de fato fazer por mim,
que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu
tenha vontade de ver a noite
em que a caminhada será mais fácil e mais
amena;
quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada,
que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como
bênção...
Que eu perceba
que a caminhada sozinho pode ser mais rápida,
mas muito mais
vazia...
Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no
caminho,
quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção...
Que eu não siga os que desviam,
mas que
ninguém se desvie seguindo os meus passos...Que a pressa em chegar não me afaste
da
alegria de ver as flores simples que estão à beira da estrada,
que eu não
perturbe a caminhada de ninguém,
que eu entenda que seguir faz bem, mas que,
às vezes,
é preciso ter-se a bravura de voltar atrás
e recomeçar e tomar
outra direção... Que eu não caminhe sem rumo, que eu não me
perca nas encruzilhadas,
mas que eu não tema os que assaltam-me, os que
embuçam,
mas que eu vá onde devo ir e, se eu cair no meio do caminho,
que fique a lembrança de minha queda
para impedir que outros caiam no
mesmo abismo... Que eu chegue, sim, mas, ainda mais
importante,
que eu faça chegar quem me perguntar, quem me pedir conselho,
e acima de tudo, me seguir, confiando em mim !
Autor Desconhecido