"Somos todos visitantes deste tempo e lugar. Estamos só de passagem. O nosso propósito aqui é observar, aprender, crescer, amar ... e depois voltamos para casa." Provérbio dos aborígines australianos
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Hiroshima - relato de um sobrevivente
Quando a bomba veio vi um clarão amarelo e fiquei rodeada pela escuridão. Um edifício de madeira com dois andares que era a minha casa com oito quartos ficou feito em pedaços e cobriu-me.
Quando vim a mim estava tudo negro como breu à minha volta. Tentei levantar-me mas tinha uma perna partida. Tentei falar mas vi que tinha partido seis dentes. Quando reparei que tinha a cara e as costas queimadas, que tinha um corte que ia do ombro até à cintura, rastejei até à margem do rio e quando lá cheguei vi centenas de corpos a boiar. Foi aí que percebi, chocada, que tinham atingido toda a cidade de Hiroshima.
Encontrei uma fila infindável de refugiados todos sem qualquer peça de roupa no corpo e a pele da cara, dos braços e do peito fora arrancada e estava pendurada e, contudo, eles não tinham qualquer expressão. Fugiam em silêncio profundo. Achei que era uma procissão de fantasmas.
Relatos de sobreviventes
Vimos uma nuvem a subir. (...) Estávamos a 33 mil pés e a nuvem estava lá e continuava a subir em ebulição, como se estivesse a rolar e a ferver. A superfície não passava de um ponto negro em ebulição. A única comparação possível é com um barril de alcatrão. Era isso o que parecia. Onde antes estava uma cidade com casas, prédios e tudo o que se via àquela altitude, agora só se viam destroços pretos e em ebulição lá em baixo.
Paul Tibbets
Lembro-me de uma frase das escrituras hindus, o Bhagavad Gita. Vishnu está a tentar persuadir o príncipe a fazer o seu dever e para o impressionar assume a sua forma com vários braços e diz: “agora sou a morte, a destruidora dos mundos.”
Robert Oppenheimer
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