Artimanhas do astral inferior
LUIZ REIS ORMONDE
Militante da Casa-Chefe, médico
Relato de caso mostra como obsessores podem intuir espírito encarnado a cometer desatinos.
Certa vez relataram-nos que o pai de uma amiga nossa falecera e que essa moça apresentava, em virtude do sofrimento causado por essa perda, alterações graves de comportamento. Fomos falar com a mãe dela e a mãe, muito triste, disse-nos que a moça tentara matá-la, dizendo que depois se mataria também.
Aconselhamos a mãe a levá-la ao Racionalismo Cristão. Com o auxílio de um tio da moça, isso foi feito. No dia seguinte, por volta das 10 horas da manhã, telefonamos e, feliz, a mãe disse-nos que não a acordara cedo porque era a primeira vez, em semanas, que ela dormia tanto. Concordamos.
Ela deveria descansar bastante para que seu corpo se recuperasse da obsessão de que fora vítima. Deveria, também, aconselhamos retornar às reuniões do Racionalismo Cristão. Não voltou. Contudo, recuperou-se. Indo apenas uma vez a uma sessão espiritualista do Racionalismo Cristão, recuperou-se.
Um dia pediu para conversar conosco. Sua dúvida era sobre como poderia o pai, que a amava, desejar que ela e a mãe morressem. Nós lhe explicamos que para ele a morte já não existia. Ao desencarnar, percebera que se mantinha vivo. Só que não podia mais conversar com a esposa e a filha. Passou a desejar que elas também morressem para que, após a desencarnação, ficassem todos juntos como antes.
Quando ela foi ao Racionalismo Cristão, o espírito do pai foi afastado e levado ao seu mundo espiritual para, dali, planejar a continuidade de sua evolução. Nesse ambiente tranqüilo, com certeza relembrou suas encarnações anteriores, readquiriu a certeza da importância das encarnações para a evolução do espírito e não mais desejou que a esposa e a filha também desencarnassem.
O pai dessa moça tinha o hábito de ingerir bebidas alcoólicas em excesso e também fumava muito. Advertido por médicos de que,se não parasse, morreria, mesmo assim continuou.
Estava, com certeza, sob a influência do astral inferior (nesse caso, espíritos que também tinham sido alcoólatras e fumantes e que não se afastaram da superfície do planeta ao desencarnar). Era, apesar disso, um marido, e também um pai, exemplar.
Vivia para a sua família. Os três eram extremamente unidos. Vi, em minha vida, poucos homens tão dedicados à esposa e à família.
Quando desencarnou, a filha e a esposa, ao pensarem nele, o atraíam e, sem saber, atraíam também o grupo (provavelmente imenso) de espíritos do astral inferior que o acompanhavam. Ele, o pai, já desencarnado, muitíssimo confuso, não notou que os espíritos do astral inferior estavam junto dele.
Apegado ao planeta pelos vícios e pelo desejo de continuar junto da família, mantinha em si a impressão de ainda ter a mesma forma de quando em vida física.
Os espíritos do astral inferior ficavam atrás dele, longe de sua visão, estimulando-o com pensamentos a intuir a filha para que matasse a mãe e cometesse suicídio.
As ondas de pensamento perturbadoras eram canalizadas através dele para que chegassem à filha. Como ele não achava que isso seria ruim para elas, porque depois ficariam todos juntos, empolgava-se com a ideia Só não sabia que após a desencarnação da mãe e da filha ficariam os três presos ao grupo de obsessores. Mãe e filha prender-se-iam ao pai pelo desejo de estarem juntos e os três, através dele,ligados à falange, por causa dos vícios. Com o tempo reforçariam as ondas de pensamento da falange astral (o tal grupo de espíritos do astral inferior). Seriam mais três espíritos a emitir pensamentos, reforçando e amplificando o poder irradiativo da falange do astral inferior.
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