Karma e família
Karma é
uma expressão que vem do sânscrito e significa ação. Nesse contexto, é uma ação
que deve ser tomada para remover ou modificar erros do passado. Na prática, tudo
que fazemos gera consequência ou karma. O que importa é se o karma será bom ou
ruim. Evitar o karma é impossível, mas é possível agir para que ele seja
positivo.
A família é um dos maiores karmas que temos, já que nela foram
reunidas em um único grupo espiritual, almas afins, principalmente no que tange
as necessidades de evolução espiritual. Cada família, ou melhor, cada grupo
espiritual que se reúne em uma experiência aqui na Terra, tem um propósito comum
entre seus integrantes, no entanto genericamente, para todos os casos, as
famílias se formam para aflorar suas afinidades e qualidades, bem como para
transmutar seus karmas, e é aí que os conflitos começam, principalmente porque
não estamos acostumados a enxergar a família como o celeiro da reforma íntima na
Terra.
Há uma percepção por parte do ser humano espiritualizado que diz
que a Terra é uma escola, porque aqui nos são oferecidas todas as condições
necessárias para que possamos evoluir. Experiências e situações transformadoras
que tem o papel de educar e domar nossos instintos inferiores e estimular a
angelitude de nossas almas, através do desenvolvimento do amor. Para
compreendermos bem a importância da família no cenário da missão evolutiva que
cada alma encarnada tem nesse planeta, entenda que se a Terra é uma escola então
a família é a sala de aula.
A família é a união de espíritos
reunidos por laços kármicos e de afinidade
A família é o cenário
perfeito no qual somos inseridos, porque proporciona inúmeras possibilidades de
resgates (transmutação do karma ruim) de uma só vez. Na família se reencontram
desafetos de outras vidas, vilões e suas vítimas, assassinos e assassinados,
assaltantes e assaltados e tantas outros relações mal resolvidas do passado que
são rearranjadas na estrutura da família.
Quanto mais próximos estamos de
uma ou mais pessoas, quanto mais perto é esse convívio, podemos notar duas
situações mais específicas:
1-Grande afinidade; quando a relação é
harmônica, feliz, suave, tranqüila e principalmente sem cobranças de
comportamento entre as pessoas.
2-Grande karma ou necessidade de resgate;
quando a relação é conflitante, conturbada, as emoções positivas oscilam muito
com as negativas, o clima é intenso, há grande cobrança de comportamento entre
os integrantes do grupo.
Grau de
parentesco
Porque nascemos filho, irmão, pai, neto, esposo,
esposa, sobrinho, cunhado, primo, sogro, sogra, genro, nora, tio ou tia daquela
pessoa específica?
O que determina o grau de parentesco na vida
atual?
O que faz com que certa pessoa tenha esse ou aquele grau de
parentesco em relação a você?
Pense, reflita um
pouco...
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São as
necessidades de resgates que determinam o grau de parentesco. Como citado
anteriormente, a família é a união de espíritos reunidos com o propósito de
aflorar as afinidades, bem como eliminar desarmonia e curar os desafetos nas
relações. Vale a pena evidenciar que a sabedoria divina é tão bondosa, que não
só reúne espíritos conflitantes em um grupo espiritual chamado aqui na Terra de
família, há também a aproximação de espíritos afinizados por sentimentos
positivos.
Acreditamos, que se só houvesse almas conflitantes em uma
família, a reforma íntima e a harmonização entre os espíritos conflitantes seria
muito dificultada. Assim sendo, Deus, em sua infinita demonstração de amor,
proporciona que tenhamos estreito contato com as almas de maior sintonia também,
favorecendo ao afloramento do sentimento de amor, respeito, entre tantos
outros.
Olhe para sua família, faça uma análise criteriosa...
Perceba que você não demorará muito para perceber que alguns integrantes
são pessoas que recebem seu maior afeto, já outras seu desafeto ou no mínimo a
sua indiferença.
Não caia nessa armadilha, já que nessas pessoas
identificamos nossas maiores necessidades de resgate ou transmutação do karma.
Contudo, o que determina o grau de parentesco, de forma que você possa
identificar na prática, é o que esse grau de parentesco pode proporcionar como
ferramenta pedagógica para a evolução da alma humana.
É comum haver como
proposta de evolução na relação de uma mãe para um filho, a necessidade de amar
incondicionalmente, a necessidade do desenvolvimento da paciência, da dedicação
de tempo, auto renúncia, entre tantos sentimentos envolvidos que só quem é mãe
para saber.
A relação de sogra e genro, por exemplo, tem como
característica típica o afloramento do ciúmes, da posse, do apego, por isso é
tão comum haver conflitos entre sogra e genro.
Em todos os casos,
inúmeras situações mostram no mundo todo, que famílias podem se harmonizar, com
grande naturalidade, desde que, em primeiro lugar estejam dispostas a aprender a
amar, e principalmente a dizimar as cobranças baseadas nos sentimentos
negativos. Essas cobranças de comportamento são as grandes causadoras de
conflitos entre as famílias e as principais responsáveis pelo aprisionamento que
as almas tem umas com as outras, mostradas por sucessivas encarnações que não
conseguem produzir a transmutação do karma das relações, o que criam na maioria
das vezes é o aumento desses conflitos, gerando um emaranhado de karmas nas
relações ao longo das encarnações.
Quando o grau de parentesco fica mais
distante, em que não há necessidade de convívio diário ou constante, manifesta
menor atração kármica entre as almas, ou seja, menor necessidade de resgate.
Por que não lembramos dos nossos desafetos de outras
vidas?
Graças à lei do esquecimento. A ação do plano espiritual
faz com que tenhamos condições de retornar para uma nova chance, uma nova
reencarnação, para reparar erros e aumentar acertos, contudo precisamos ter um
sentimento de neutralidade que ainda não estamos prontos para ter.
Dessa
forma, nos é apagado do consciente, as memórias das experiências de vidas
passadas, para que possamos aceitar a vida vigente na Terra, ao lado dos
desafetos do passado sem que haja recusa. Na condição consciencial atual da
humanidade, ainda não estamos prontos para reencarnar com total consciência dos
acontecimentos do passado, sem deixar que essa memória nos atrapalhe o livre
arbítrio.
As mudanças em nossas vidas que indicam transformação
no karma familiar
Muitas vezes durante uma vida, nota-se certas
mudanças que hora aproximam, hora distanciam as relações. Essas situações podem
lhe mostrar o afloramento das necessidades de harmonização das relações, bem
como podem lhe dar indícios de que essa harmonização já está
ocorrendo.
São notadas através das mais diversas mudanças, por
exemplo:
Alguma situação acontece e lhe força a ir morar com o seu genro,
ou com a sua sogra, o que fará com que as relações sejam mais próximas. Isso
provavelmente indica a necessidade de curar conflitos de relação para a
transmutação do karma ruim.
Outros exemplos:
Você
tem mais de trinta anos, é solteiro ou solteira, por isso mora com os pais, o
que faz que viva uma vida de acordo com as vontades deles. Não que isso seja bom
ou ruim, no entanto, na maioria dos casos, as forças que mantém as pessoas
magneticamente próximas, na maioria dos casos, indica necessidade de resgate
kármico.
Mas se uma novidade aconteceu, você recebeu uma proposta de
trabalhar em outra cidade, longe da sua e decidiu ir morar sozinha(o), tudo
indica as relações estão se harmonizando.
É importante salientar, que
sempre que essas mudanças acontecem de forma forçada, sem harmonia, com grande
carga de tensão emocional, indica em casos gerais, aumento do karma, por isso
não se iluda, quando as mudanças acontecem baseadas na necessidade de fugir de
uma relação, o karma ruim está aumentando.
Alguns tipos de
famílias
Antes de começar a comentar sobre esse assunto, procure
perceber que tipo de família é a sua, quantos irmãos você tem, quantos tios,
tias, primos, etc.
Tudo que ocorre na nossa família pode significar muita
coisa. Seus pais são separados?
Você é filha do primeiro
casamento?
Você não conhece seu pai?
É filho adotivo?
Não
tem filhos?
Não conheceu seus avós?
Não mora com seus
pais?
Por que sua família é das do tipo italiana, em que todos falam
junto, muitos parentes, muita exaltação e sentimentos a flor da pele?
Por
que você necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar a
falta paciência, o stress, a tensão emocional?
Por que sua família é do
tipo alemã, com pessoas mais introvertidas, com tendência a serem mais
reprimidas?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua
evolução? Para curar a baixa estima, a dificuldade de falar e se expressar, a
rigidez emocional?
Por que você é um filho único?
Por que você
necessita dessa família como instrumento de sua evolução? Para curar o egoísmo,
o autoritarismo, a carência?
Por que você é o irmão mais velho entre
nove?
Por que você necessita dessa família como instrumento de sua
evolução? Para curar a carência, o abandono, a autorenúncia?
Por que
nasceu em uma família rica?
Por que nasceu em uma família
pobre?
Pense um pouco sobre isso,
reflita
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Não se
entristeça, não se vitimize, nada, absolutamente nada está errado. A vida não
nos dá muitas vezes o que achamos melhor ou o que desejamos, mas sempre nos
oferece o que necessitamos para evoluir. Reclamar, lamentar, se vitimizar por
conta da sua estrutura familiar é um grande erro que mostra que você ainda não
sabe absolutamente nada sobre a importância da família na evolução
espiritual.
Não estamos aqui cobrando que seu comportamento seja ou
paciente, ou sério, ou sorridente, ou mais severo ou qualquer que seja...
Estamos apenas recomendando que desperte para o entendimento da importância da
família na sua evolução espiritual, pois se você falhar nessa compreensão, as
consequências negativas poderão adentrar aos futuros séculos da nossa
existência.
Por Bruno J. Gimenes -
bruno@luzdaserra.com.br
Professor e Escritor
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