sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nínguém pode abrir mão do poder de escolha

Os seus parentes, o pai, a mãe, os filhos tem tudo a ver com você. As encrencas que você tem em casa também estão certas. São pra você praticar a paciência:
- Ah, mas eu pelejo para ajudar esse parente meu. Há anos que eu sofro e não consigo. É o filho que me dá problema....
Isso é para você aprender a conviver com as pessoas sem se meter. Essa é uma das coisas mais dificeis. Se a gente gosta da pessoa, acha que ela é um pedaço nosso e que , por isso, tem o direito de dizer:
- Você não pode ser assim, porque vai sofrer muito. Você tem que mudar.
A gente não pode querer impor a nossa realidade para o outro, mesmo que seja com a perspectiva de salvar e de ajudar, porque o homem sempre age com boa intenção. Mas a gente não percebe que o outro tem o direito de ir pelo caminho que ele escolheu e que desse direito ele não vai abdicar.
Por isso, quanto mais você é impositor, menos a pessoa o escuta, por mais que você possa ter razão. A pessoa tem esse direito e vai exercer o direito de fazer o que ela quer, de seguir o caminho que ela quiser.
Quando o ser humano quer impor, quando ele quer negar ao outro esse poder, essa liberdade, esse direito, o outro também se nega a ouví-lo. Nega-se a seguir a sua orientação e nega o seu apoio, nem que isso lhe doa, porque ele não pode perder o seu direito de escolha.
Você, que impõe, que briga, que fica doutrinando, que fala, fala e deixa os filhos com as orelhas quentes, saiba que isso só serve para você exercitar o seu comando, que ainda está muito primitivo. As pessoas não funcionam quando os outros querem dominar a sua vontade, o seu direito natural, que é o de escolher e de fazer o que querem. Não adianta assustar, amedrontar os filhos:
- Eu ponho você na rua. Não dou mais dinheiro. Vou pôr você pra trabalhar.
Essas ameaças só fazem com que a revolta cresça. E que o espírito viva à base do medo, em vez de viver à base do entendimento, da compreensão, do porquê das coisas.
Se ele não está entendendo, você precisa criar uma situação para que possa sentir a experiência dele, para descobrir as verdades que vai ter que descobrir por si mesmo.
A gente quer salvar o outro, mas ninguém salva ninguém. Cada um tem que fazer o proprio salvamento, porque esse é o imperativo da vida. Se tiver jeito, a gente pode até ajudar bastante, mas se não tiver, só atrapalha.
Eu vejo que, as vezes, a pessoa que está me pedindo ajuda é a causadora do proprio distúrbio. É ela que causa o distúrbio no filho. A mulher que se queixa do marido é a que causa o distúrbio no marido. Que coisa não??
Sempre que há um queixoso, significa que ele está compromissado com aquilo que é o objeto da sua queixa. Poque é ele mesmo quem provoca aquilo na vida dele.
Como a vida é não?? Não dá pra escapar, não.

Calunga.

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