corpo de moça, Que de tímida que é, por ti faz-se tacanha.
Água é como ser com em si se auto-cria, Não como arremedo da imperfeição, Pois
quando mata é por culpa da homem, Latente peregrino de seu próprios erros, Só
pelo agir inerme como erros em ação. Água como é rara tua beleza de dia, Teu
refrescar as impiedades da tarde, Teu elucidar de corpos na noite, Tratando o
homem que mata com açoite, Pois vos matar em ato insano e covarde. Água que
locupleta de nós a secura, Que desde tempos imemoriais ao homem socorre, Mas na
sua plena falta este morre, É hoje jogada aos passeios, carros e alhures,
Quando deverias ser usada na cura. Água que traz junto o vento, O cair de
terra, homem e árvores, Que cria sulco nas terras desnudas, Levando o
infertilidade ao roçado, E o homem que é dono ao lamento. Água elixir da vida e
da mocidade, Que molhas o corpo mostrando contorno, Levando o ser ao morticínio
da dignidade, A moça ao delírio do alívio, E o moço à doce
insaciedade. Minha doce Água, Rainha serás no porvir, Que
garante a alegria do pobre, Que limpa a roupa da vida, Como porte de ouro de
orfir. Minha água doce, Ave deveria ser seu nome, Pois se limpa a tudo e a
todas, Sem querer que alguém te limpe, Mas manténs no sempre, se sabor
agridoce. Minha doce água, a vida, Esparge teu mundo em volta, Tira o homem a
sede da revolta, E do Rei a marca da dor, Posto, seres paz, frescor, alimento e
amor.
Paulo Viotti, com a ajuda dos amigos espirituais
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