quinta-feira, 9 de agosto de 2012




Regis Mesquita

“Todos os vínculos afetivos possuem a mesma função: criar um ambiente adequado para a vivência do que é nobre e para a superação do que é imaturo”.

Trecho do livro Nascer Várias Vezes
Familiares com diferentes personalidades e diferentes níveis evolutivos têm nos vínculos afetivos a principal força que dificulta a separação física e emocional. O vínculo é necessário para mantê-los juntos o tempo suficiente para serem obrigados a interagirem.
Vínculo, portanto, força a interação e a troca. A troca entre espíritos em evolução (os membros da família) envolve o que é bom e o que é ruim.
O espírito não nasce em qualquer família, ele nasce na família que é capaz de lhe oferecer o bom e o ruim que ele precisa. É uma complementação recíproca. As vezes, esta complementação produz experiências muito difíceis, pois a imaturidade de um pode ser fundamental para estimular a evolução do outro. 
Veja este exemplo: um pai extremamente controlador teve um filho extremamente egoísta e raivoso. Enquanto o pai foi controlador, apenas aumentou suas dificuldades com o filho. Graças à personalidade conturbada do filho, o pai conseguiu superar esta tendência negativa de controlar/manipular o outro. Seu espírito aprendeu uma importante lição; e pode (anos depois) ajudar o filho na superação do traço egoísta. O vínculo entre os dois se manteve por décadas, apesar das desavenças. Esta proximidade afetiva foi fundamental para a evolução dos dois.
O vínculo afetivo dura dezenas de anos. Deus organizou a vida desta forma porque sabe que uma das mais importantes necessidades humanas é a paciência. Deus é o exemplo. Tem paciência conosco; Ele sabe que poderíamos ter evoluído muito mais ao longo de centenas de encarnações. Mesmo assim não desiste nunca de cada espírito que Ele gera. Deus é perseverante e, por ser muito evoluído, mantém sua satisfação mesmo sabendo dos espíritos que teimam em não evoluir. Este é o modelo a ser seguido por pais e filhos, irmãos e irmãs: seguir o caminho nobre mesmo que o outro não o faça; focar em ofertar o que é nobre mesmo que o outro não consiga retribuir.
A família é o campo de provas dos espíritos, principalmente dos espíritos mais evoluídos. Vivendo em família, eles terão mais a ofertar do que os outros membros menos evoluídos. O orgulho torna muito difícil a situação na qual se oferta bastante e a retribuição é pouca. Todavia, o espírito mais evoluído deve ter a consciência de que sua evolução somente terá continuidade se ele enfrentar o seu orgulho. Dentro dele surgirá o boicote à sua evolução, pois seu ego lhe causará mal estar por estar sendo “bobo” ou sofrendo “à toa”. Esta é uma das batalhas em família; parte da luta acontece na relação com os outros membros da família e parte acontece internamente.
Viver em família é lidar com um conjunto de forças internas e externas que mobilizam as pessoas para enfrentarem o desafio de suas missões de vida. Quem aproveitar este desafio irá evoluir e terá como prêmio a superação facilitada de todos os problemas e o usufruto maior de todas as qualidades e oportunidades.

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