sexta-feira, 12 de abril de 2013

Urologista esclarece dúvidas sobre o uso no Green Laser no tratamento da Hiperplasia Benigna da Próstata
Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) - aumento da glândula prostática - é o tumor benigno mais comum entre os homens. Estudos mostram que a HPB detectável nos tecidos tem início durante a quarta década de vida, ou seja, por volta dos 40 anos, e pode acometer até 80% dos homens com 50 anos ou mais (equivalente a 14 milhões de brasileiros), segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia. Um dos tratamentos mais modernos disponíveis no Brasil, o Green Light Laser é um dos novos tratamentos para solução do problema, com menos tempo de internação, redução da dor e melhor recuperação pós-operatória, se comparado com os métodos tradicionais.
Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028), urologista que integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einsten, esclarece abaixo as principais dúvidas sobre o uso dessa tecnologia. Especialista em cirurgia robótica em urologia, o Dr. Oskar é graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da American Urological Association, Endourological Society.
1- Quais exames são necessários para se diagnosticar a Hiperplasia Benigna da Próstata?
A avaliação masculina de rotina para HPB, sugerida no IV Consenso Mundial da Organização Mundial de Saúde, envolve uma história médica, urológica e familiar detalhada, que tem por objetivo determinar a presença de sintomas, sua classificação (leves, moderados ou severos) e a resposta ao tratamento. Além da história, devem ser realizados exames físico geral e urológico completo (incluindo toque retal), fluxometria livre (medida do fluxo urinário em ml/s) e exames laboratoriais (PSA, hemograma, dosagem de glicemia de jejum e exames de urina). Após a avaliação inicial, o urologista pode solicitar exames complementares como: Ultrassonografia e Urodinâmica – este é o único exame que permite o diagnóstico de obstrução infra-vesical. Costuma ser indicado em pacientes jovens, portadores de doenças neurológicas (que podem ser a causa dos sintomas), em caso de cirurgias prostáticas ou vesicais prévias e em alguns pacientes candidatos a tratamento cirúrgico.
2- Atualmente, qual o tratamento mais moderno disponível no Brasil?
O Green Light Laser é o procedimento cirúrgico mais avançado para o tratamento de HBP no País. Ele tem mostrado resultados tão eficientes quanto os métodos tradicionais, com vantagens em relação ao tempo de internação, menos dor e melhor recuperação pós-operatória. A fibra de laser é introduzida pela uretra, através de um instrumento acoplado a uma câmera de vídeo que permite a visualização do procedimento. O laser então é direcionado para o tecido prostático, que vai sendo literalmente vaporizado pela ação do “raio verde”. Além disso, o Green Light apresenta um mínimo de sangramento porque, ao mesmo tempo em que vaporiza a próstata, ele realiza a cauterização dos vasos sanguíneos, evitando sangramento durante todo o procedimento.
3- Em quais de casos da HPB o Green Laser Light é indicado?
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes que falharam no tratamento clínico, para homens que não desejam usar a medicação por longos períodos, quando existem cálculos na bexiga e em casos de comprometimento do trato urinário superior (estruturas do sistema urinário constituídas pelos rins e pelve renal), de infecções recorrentes e de sangramento decorrente da HPB. A cirurgia é o método mais eficaz de tratamento dos sintomas relacionados à HPB. Nos casos mais sérios, quando a doença comprime a uretra e provoca retenção urinária, a cirurgia se faz necessária, a fim de proporcionar qualidade de vida ao paciente.
4- Quando o Green Laser Light começou a ser utilizado no mundo para tratamento dessa doença?
O Green Laser Light para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata foi desenvolvido há aproximadamente 10 anos, sendo que os primeiros ensaios clínicos ocorreram há 5 anos. É aplicado em importantes hospitais norte-americanos, como o MD Anderson, em Houston, e o Memorial Sloan-Kettering, em Nova Iorque.
5- Por que, mesmo um paciente que toma anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico, não precisa suspender o uso destes medicamentos para realização do procedimento com Green Laser?
O tratamento com o Green Light representa um avanço também para os pacientes que fazem uso de drogas anticoagulantes ou ácido acetilsalicílico, como os cardiopatas – não há necessidade de se suspender o uso do medicamento para realização da cirurgia, porque ele apresenta um mínimo de sangramento.
6- Para a cirurgia com Green laser é necessário qual tipo de anestesia? 
Pode ser realizada a raquianaestesia (anestesia local que atua da cintura para baixo), ou em casos mais simples (próstatas menores) anestesia endovenosa.
7- Quanto tempo após a cirurgia com essa técnica o paciente pode voltar para casa?
A maioria dos pacientes retorna às suas atividades normais dentro de poucos dias. Atividades físicas mais pesadas podem ser realizadas dentro de duas semanas. 
8- Quais são os cuidados necessários no pós-operatório? 
Devem ser realizados cuidados operatórios habituais, como repouso e hidratação de rotina. Muitos pacientes nem precisam utilizar cateter (sonda na bexiga) no pós- operatório. A grande maioria tem o cateter retirado 24 horas após a cirurgia.
9- Existe uma estimativa de quantos homens já foram operados de HBP com o Green Laser, no Brasil?
No Brasil, não temos dados precisos sobre isso ainda. No mundo, cerca de 375.000 pacientes já se submeteram ao procedimento.
Perfil
Dr. Oskar Kaufmann (CRM-SP 104.028)


Médico urologista e especialista em cirurgia robótica em urologia. Graduado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e com doutorado pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Oskar Kaufmann é membro da Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association, Endourological Society e acaba de retornar ao Brasil, após o período de um ano de pós-doutorado em Endourologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica pela Universidade da Califórnia – Irvine. Além de integrar o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, e do Hospital do Homem, Dr. Kaufmann possui mais de 40 trabalhos publicados em veículos científicos nacionais e internacionais.

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