sábado, 20 de agosto de 2011

A TAREFA CONTINUA

Após o túmulo, desdobra-se a vida em ritmo de continuidade.

Nenhuma ruptura significativa.
Em parte alguma a inatividade.
Tarefas iniciadas no mundo, não raro prosseguem no mais além, tanto quanto atividades planejadas na espiritualidade ganham forma no mundo.
Em síntese, somos os cultivadores de nosso próprio campo de trabalho onde quer que nos situemos, colhendo os frutos de nossa própria sementeira, no plano material ou na vida além da vida.
Embora as tradições religiosas, em sua maioria, costumem definir a vida no além como um paraíso para os bons e um inferno para os maus, a verdade é que tanto as regiões onde predomina a luz do bem, quanto as zonas purgatórias onde grassa o sofrimento, constituem enormes campos de trabalho para todos aqueles que se afinam com as diretrizes do Evangelho e desejam contribuir para com o progresso geral.
Decididamente, o céu não conta com anjos ociosos.
Os servidores do bem eterno e verdadeiros seguidores do Cristo desdobram-se em incontáveis falanges de esclarecimento e socorro, no esforço constante de mitigar dores, reerguer consciências e resgata a luz para aqueles que transitam nas trevas da própria ignorância.
Se é assim com as entidades de maior envergadura moral, porque seria diferente com nós outros, simples operários da Boa Nova a espera da mais ampla lucidez e mais acentuado equilíbrio?
Para nós, que ainda nos encontramos na condição de aprendizes, a tarefa no Mais Além funciona por escola da alma, na qual aprendemos a ler pela cartilha do bem, exercitando-nos no contato amigo com os companheiros dos dois lados da vida.
Nesse contexto, toda bagagem acumulada representa patrimônio aproveitável no progresso geral.
Ninguém é inútil.
Todos possuem algo de si a ser repartido com alguém marcado por carências menores.
O gesto que eleva o bom ânimo;
A palavra que esclarece a mente;
A companhia silenciosa que ouve o desabafo aflito;
Somos todos encarnados e desencarnados, possuidores de recursos que faltam a esse ou àquele companheiro menos afortunado, cabendo-nos oferecer o que estiver ao nosso alcance a fim de reduzir as aflições e expandir a paz.
É por essa razão que vos conclamamos incessantemente ao trabalho no bem, em especial o bem que o Espiritismo nos desponta por dentro da alma, que vai além do verniz social para consolidar-se em generosidade honesta, que ilumina e consola, sem nada exigir em troca.
O trabalho que a Doutrina nos proporciona no mundo, realizado com abnegação e perseverança, constitui não apenas o patrimônio de recursos que transportamos para a Vida Nova, mas também o nosso fiel advogado diante dos tribunais da consciência, em qualquer parte.
Por isso, apliquemo-nos à tarefa, sem resvalarmos na reclamação inútil, certos de que, se o Espiritismo nos ofereceu largo campo de atividades, cabe a nós ocupar as mãos e a mente na tarefa diária, que começa na Terra, mas não termina no Céu.
Marrone
Médium Clayton Levy, recebida no CEAK 31/07/2011

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