sábado, 13 de junho de 2015

A Origem do Tchê
“Há quem goze de nosso uso do termo “TCHÊ”, ache até chulo-grosseiro este linguajar. Se soubessem a sua origem, aí abaixo relatada, talvez mudassem sua opinião.”
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu jeito "Galileu" de se expressar.
No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.
Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.
Um abraço, Tchê!

domingo, 7 de junho de 2015

RELIGIÃO E ACUPUNTURA
É mais comum do que se imagina encontrar pessoas se perguntando (e nos perguntando) se acupuntura tem a ver com religião.
É preciso entender e deixar bem claro que a acupuntura é uma forma de terapia como outra qualquer. 
Se baseia em estudos científicos e não entra no terreno do sobrenatural. Tudo é natural.
A acupuntura é uma técnica reconhecida pela O.M.S. (Organização Mundial de Saúde) e não possui vínculos com quaisquer crença como afirmam alguns menos instruídos.
Tentarei responder a alguns questionamentos mais comuns que observei em alguns anos de trabalho com a medicina chinesa.
1) Eu sou crente. Evangélico pode fazer acupuntura?
- Não só pode como deve. A inserção das agulhas no seu corpo não alterará a sua crença nem o seu Deus o castigará por isso.
2) Acupuntura é coisa de Deus?
- Sim. Assim como a cirurgia plástica, a prótese dentária, fazer fisioterapia e ir no cabeleireiro também o são.
3) Aquele símbolo Yin-Yang é coisa do diabo?
- Não. Não foi o diabo que fez aquele símbolo, até porque ele é bem mais antigo que qualquer escritura que cite o diabo como criatura (o símbolo tem 5.000 anos e o diabo bíblico não tem mais que 2.000 ...).
O símbolo significa as duas forças que equilibram o universo e que o mantém funcionando em atividade constante.
4) Moxa (aquela erva queimada pra aquecer os pontos) é coisa de macumba?
- Não. Moxabustão nada tem a ver com cultos afros nem com qualquer outro culto pagão ou não.
A queima da erva apenas proporciona um aquecimento na superfície da pele fazendo com que o calor penetre no ponto escolhido pelo terapeuta.
5) Acupuntura é coisa de místico?
- Não. Místicos gostam de acupuntura e não místicos também já comprovaram a sua eficiência.
Houve um período no qual a acupuntura ainda não era reconhecida como prática profissional. Nesse período, os acupunturistas eram , em geral, pessoas ligadas ao estudo das energias que regem o universo. Daí vem a ligação.
6) Os acupunturistas são místicos ou pessoas ligadas ao Budismo ou ao esoterismo?
- Os acupunturistas são profissionais qualificados por formação superior independente da sua crença.
Não há qualquer ligação entre a prática da acupuntura e a crença da pessoa que a pratica.
7) É preciso ter fé na acupuntura pra se curar?
- Com fé ou sem fé, a pessoa vai melhorar ou não.
O tratamento com as agulhas independe da fé , otimismo, confiança ou qualquer outro nome que se dê.
O resultado dependerá mais das condições orgânicas do paciente e da habilidade do profissional do que de qualquer outro elemento.
Desconheço a autoria do texto.